A Economia da Atenção e UX Design: como os produtos digitais lidam com a atenção do usuário

Neste artigo, exploramos como a atenção humana pode ser considerada um recurso limitado. Adicionalmente, apresentamos exemplos de boas práticas que auxiliarão o designer nas decisões em seus projetos.

A Economia da Atenção

Os milhares de novos produtos que são lançados a cada ano disputam incessantemente a atenção dos usuários. Nosso cérebro não foi projetado para focar em várias atividades ao simultaneamente e, diante da escassez do tempo, os usuários devem fazer escolhas sobre como empregá-lo ao longo do dia. Dá-se o nome a essa concorrência pela atenção dos usuários de Economia da Atenção.

A expressão “Economia da Atenção” foi inicialmente introduzida pelo psicólogo Herbert A. Simon, que se mantinha convicto da existência de limitações quanto à capacidade humana de pensar e agir simultaneamente. A sua teoria de que as pessoas não conseguem realizar múltiplas tarefas de forma eficaz encontrou ampla aceitação entre os pesquisadores. Em outras palavras, quanto mais distraído alguém estiver, menor será a probabilidade de concluir uma tarefa com qualidade.

Em razão do embate entre atenção e distração dos usuários, os UX Designers devem analisar como seu produto influenciará o comportamento de um indivíduo. De acordo com Herbert A. Simon, “uma riqueza de informações cria uma pobreza de atenção”. Em suma, a tecnologia deve ser empregada somente para favorecer efetivamente o cotidiano dos usuários, e não para estimulá-los a hábitos que possam causar malefícios.

O conceito por trás da Economia da Atenção

A concepção da Economia da Atenção nos ajuda a entender como alguns usuários de tecnologia podem ser afetados por condições como depressão ou ansiedade.
Por exemplo, um usuário pode se angustiar com a possibilidade de perder algo importante (FOMO – medo de perder) se não verificar continuamente suas mensagens. As cores empregadas e o volume das notificações, entre outros elementos aparentemente sutis, também podem causar inquietação nos usuários.

Embora a tecnologia acelere muitos processos na vida das pessoas, gera um impacto psicológico significativo. As empresas, reconhecendo esse fato, já estão revendo suas abordagens para ajudar os usuários a lidar com a Economia da Atenção. Um exemplo disso é a Apple, que atualizou seus aplicativos para não enviar notificações enquanto os usuários dirigem, ajudando a mantê-los menos distraídos e, portanto, mais seguros.

Como evitar

Para o UX Designer, é muito importante levar em consideração a Economia da Atenção. E nesse contexto, adotar algumas diretrizes pode contribuir para escolhas de design adequadas:

Não usar padrões enganosos

Considerar como as suas próprias características se harmonizam com a sua motivação para o design, sendo transparente com os seus usuários.

Refletir sobre objetivos e medidas

Analisar como as metas de negócios e os Indicadores-Chave de Desempenho da empresa podem contrastar ou coincidir com os objetivos dos usuários.

Compartilhar boas estratégias de design com os profissionais com quem trabalha

Através da influência que detém como Designer, transformar a interação de forma duradoura e assegurar a tomada de decisões adequadas no processo de planejamento.

Conclusão

A ideia de Economia da Atenção tem se tornado cada vez mais relevante na discussão sobre como o design pode impactar os usuários, seja de maneira positiva ou negativa. À medida que os usuários são priorizados, torna-se mais fácil preservar o foco do design em suas necessidades e nas formas como eles podem usufruir da tecnologia.

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