Arquitetura da Escolha no Design de Experiência (UX) com Psicologia Aplicada

Arquitetura da Escolha é a apresentação e o enquadramento holísticos de informações ao longo de um processo de tomada de decisão. Trata-se do design de como as informações são estruturadas e exibidas, estendendo-se muitas vezes ao design do produto ou serviço. Vai além de filtrar e classificar, focando em apresentar informações que os usuários compreendam, de modo a fornecer o suporte necessário para avançarem no processo decisório.

Confira nesta postagem como é possível aprimorar estratégias de design utilizando Arquitetura da Escolha.

O enigma da tomada de decisão

As pesquisas conduzidas pela economista e psicóloga social Sheena Iyengar e pelo psicólogo Barry Schwartz lançam luz sobre a complexidade envolvida em escolhas e tomada de decisões. O estudo das geleias da Dra. Iyengar, que aborda a sobrecarga de escolhas, e o trabalho do Dr. Schwartz investigando “Os Custos de Buscar Alternativas” impactaram o mundo dos negócios ao demonstrar que o aumento do número de opções pode impedir a maioria dos clientes de efetuar uma compra. Além disso, aqueles que decidem comprar ficam menos satisfeitos com sua aquisição.

Esse é o ponto crítico da questão. Um humano determinada a tomar a melhor decisão pode ser atraída por um grande leque de possibilidades. No entanto, conforme vimos acima, ela gastará mais tempo e recursos escolhendo uma opção e depois se sentirá menos realizada com sua compra.

Embora esse problema pareça pequeno em algumas situações, como ao tentar encontrar a gravata ideal, torna-se significativo diante de escolhas importantes ou custosas, por exemplo, ao procurar um plano de saúde para a família. A Arquitetura da Escolha entra em cena para auxiliar os humanos a tomarem decisões complicadas, evitando que precisem interpretar informações técnicas e sejam levadas a projetar resultados futuros com base em informações limitadas.

Aprimorando a estratégia de design com Arquitetura da Escolha

Mesmo consistindo em um conjunto de habilidades essencial para designers de UX e produtos, a Arquitetura da Escolha é frequentemente desprezada. Muitos modelos de negócios assumem implicitamente que os usuários sabem o que querem e a melhor forma de alcançar seus objetivos. Em razão dessas suposições, a maioria dos sistemas oferece os seguintes padrões como ferramentas para ajudar os usuários a atingirem seus objetivos:

  • Fluxo: divisão e organização de um processo em etapas.
  • Pesquisa: restrição de resultados baseada em uma ou mais palavras-chave.
  • Filtros: limitação de um conjunto de resultados de acordo com um critério.
  • Facetas: restrição de resultados a partir de atributos que podem ser combinados de diversas maneiras (Filtros x Facetas).
  • Ferramentas de Comparação: comparação de atributos de resultados selecionados.

Como aplicar a Arquitetura da Escolha com auxílio da Pesquisa de Linha de Base

Esses mecanismos costumam funcionar bem para e-commerces ou marcas de roupas, mas podem não atender adequadamente a necessidades como contratação de um convênio médico, comparação entre financiamentos imobiliários ou criação de um plano de aposentadoria. Para definir se e como aplicar a Arquitetura da Escolha, o profissional pode recorrer a uma Pesquisa de Design. A Pesquisa de Linha de Base (“Baseline Research”) deve buscar respostas para as perguntas abaixo:

  • Os usuários têm conhecimento sobre o domínio (tema) em questão? Quanto eles precisam conhecer para tomarem uma decisão informada?
  • Os usuários entendem seus objetivos e como devem alcançá-los?
  • Os usuários compreendem as categorias, palavras-chave e atributos que podem pesquisar?
  • Os usuários entendem a terminologia dos filtros e facetas?
  • Os usuários sabem como comparar qualidades e tradeoffs (compensações) associados a diferentes dimensões de atributos?

Conclusão

A Arquitetura da Escolha é uma poderosa ferramenta para tornar a experiência do usuário mais intuitiva e eficiente, reduzindo a sobrecarga cognitiva e facilitando decisões informadas. Ao compreender como os usuários processam informações e estruturam suas escolhas, designers podem criar interfaces mais estratégicas e acessíveis. Aplicar esses princípios no design não apenas melhora a usabilidade, mas também potencializa o impacto das soluções oferecidas.

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