Paradoxo da escolha no UX Design

Quem nunca se sentiu sobrecarregado diante de uma ampla variedade de opções?

Por exemplo, ao comprar novos óculos. São tantos modelos disponíveis. Em dado momento todos começam a parecer iguais, deixando a escolha muito mais difícil.

Desde situações simples, como escolher uma refeição em um restaurante, até decisões mais complexas, como planejar uma carreira, a grande quantidade de opções que temos na sociedade atual pode ser impressionante. Este fenômeno é conhecido como o Paradoxo da Escolha e predomina cada vez mais à medida que o mundo se torna mais complexo e interligado.

No contexto do UX Design, oferecer uma imensidão de possibilidades ao usuário é uma boa decisão?

O Paradoxo da Escolha: Por que Mais é Menos

Em seu livro “O Paradoxo da Escolha: Por que Mais é Menos”, o psicólogo Barry Schwartz constata que, mesmo que a multiplicidade de opções pareça uma vantagem, pode na realidade resultar em ansiedade, indecisão e insatisfação.

Segundo o autor, o excesso de escolhas pode nos fazer sentir como se estivéssemos perdendo algo melhor, levando-nos a questionar incessantemente as decisões que tomamos.

Para ilustrar, suponha que você pretende comprar um novo notebook. Depois de pesquisar, você descobre que há centenas de opções disponíveis, cada uma com seus diferentes recursos e especificações. Ao percorrer as opções, é possível que você se sinta sobrecarregado e inseguro sobre qual seria a escolha mais apropriada para as suas necessidades, gerando a preocupação de tomar a decisão errada e acabar com um notebook que não atenda às suas expectativas.

O Paradoxo da Escolha também pode conduzir ao que Schwartz denomina como “Paralisia de Análise”, um estado no qual ficamos tão obcecados em fazer a escolha perfeita que acabamos por não tomar decisão alguma. Essa dinâmica se mostra particularmente problemática em circunstâncias em que o tempo é limitado, como ao realizar uma compra ou determinar um curso de ação.

O que os usuários podem fazer para evitar o Paradoxo da Escolha

A seguir, três estratégias que podem auxiliar o usuário a navegar pelas complexidades:

Estratégia 1: estabelecer critérios claros para a tomada de decisões

Antes de iniciar a procura por opções, o usuário deve avaliar quais aspectos considera mais importantes. Por exemplo, ao buscar um carro novo, pode priorizar fatores como consumo de combustível e preço. Definindo esses critérios antecipadamente, é possível limitar as alternativas e tomar uma decisão mais segura.

Estratégia 2: limitar as opções

Contar com um vasto leque de opções pode ser atraente, mas nem sempre é necessário. Em algumas ocasiões, ter menos alternativas pode resultar em maior satisfação, pois elimina a ansiedade e a indecisão associadas a um grande número de possibilidades. Por exemplo, ao escolher onde jantar, restringir as opções a alguns restaurantes prediletos pode simplificar o processo de tomada de decisão e reduzir o estresse.

Estratégia 3: reconhecer que não existe escolha perfeita

Toda decisão envolve compensações (“trade-offs”), e é impossível prever as consequências de nossas escolhas. O usuário deve deixar de lado a busca pela perfeição e focar em tomar uma decisão que atenda aos seus critérios mais importantes, seguindo em frente com confiança.

O que os Designers podem fazer para evitar o Paradoxo da Escolha

Ao projetar produtos ou serviços, é válido o Designer considerar os pontos abaixo:

  • Organizar sua série de opções com base em critérios úteis para ajudar o usuário a se decidir.
  • Limitar suas opções àquelas que fazem mais sentido para evitar que o usuário fique confuso e sobrecarregado.
  • Fechar o ciclo para o usuário depois que ele tomou uma decisão, validando-a para minimizar o desconforto pós-escolha.

Dominando o Paradoxo da Escolha

O Paradoxo da Escolha é uma realidade que pode desencadear ansiedade, indecisão e insatisfação. Podemos encarar o desafiador universo das escolhas com mais facilidade e confiança, definindo critérios claros para a tomada de decisão, restringindo as nossas opções e reconhecendo que não existe uma escolha perfeita.

Texto adaptado de https://www.linkedin.com/pulse/customer-behaviour-paradox-choice-customerframe

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