Produtos desenvolvidos por UX Designers estão em constante concorrência pela atenção dos usuários, que são seletivos em como gastam seu tempo. Essa competição pela atenção dos usuários é chamada de Economia da Atenção.
O que é Economia da Atenção
A expressão “Economia da Atenção” teve sua origem com o psicólogo e vencedor do Prêmio Nobel Herbert A. Simon. Ele sustentava a ideia de que existem limites para a capacidade humana de pensar e realizar múltiplas ações simultaneamente. Sendo assim, a tecnologia deve auxiliar os usuários em vez de distraí-los, pois quanto mais estiverem distraídos, menor será a probabilidade de executarem uma tarefa de maneira satisfatória.
Os designers de UX devem ponderar como os produtos que criam influenciarão o comportamento dos usuários, tendo em mente a disputa atenção x distração. Segundo Herbert A. Simon, “uma riqueza de informações cria uma pobreza de atenção”. O objetivo dos produtos deve ser melhorar a vida dos usuários, e não estimular comportamentos viciantes que possam prejudicá-los.
A ideia de Economia da Atenção também esclarece como a interação com a tecnologia pode desencadear sentimentos indesejáveis em alguns casos. Por exemplo, um usuário pode sentir medo de perder algo (também conhecido como FOMO) caso não cheque suas mensagens ou atualize seu feed de mídia social repetidamente. Até detalhes (como as cores utilizadas, o volume de notificações…) podem causar distração ou ansiedade nos usuários.
Nos últimos tempos, as empresas têm reconhecido o impacto psicológico da tecnologia na vida dos usuários e estão revendo seus designs para auxiliá-los a escapar das ciladas da Economia da Atenção. No Google, por exemplo, o Digital Wellbeing auxilia os usuários a controlar melhor como e quanto utilizam seus telefones.
Ainda no cenário da Economia da Atenção, algumas práticas podem ajudar o UX Designer a evitar más decisões:
- Evitar padrões enganosos: Refletir sobre como seus próprios valores se conectam ao propósito do seu design, mantendo a honestidade com os usuários.
- Compartilhar boas práticas de design com os colegas de trabalho: Utilizar sua posição de liderança como designer para impactar o processo de decisão de forma positiva e assegurar escolhas de design adequadas.
- Analisar metas e métricas: Estar atento a possíveis contradições ou alinhamentos entre as metas dos seus usuários e os seus objetivos comerciais.
Na análise de como o design pode influenciar os usuários (tanto de forma positiva quanto negativa), o conceito de Economia da Atenção tem recebido crescente importância. Quanto mais o tempo e as experiências dos usuários são valorizados, mais fácil é manter o design focado nas maneiras como eles podem aproveitar a tecnologia.